sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Reprodução de Ciclídeos - Completa

Reprodução de Ciclídeos - Completa

1 - Introdução
Ciclídeos Africanos originam-se de várias regiões. Existem ciclídeos na África Ocidental, Oriental, nos rios africanos e nos chamados "Rift Lakes". O termo "Rift Lakes" aplica-se aos três principais lagos do continente africano: Lagos Victoria, Tanganyika e Malawi. Entre estes lagos rochosos, o que abriga o maior número de espécies é o Lago Malawi (mais de seiscentas espécies catalogadas - mas mais da metade já extintas). A maioria das espécies que habitam estes lagos são endêmicas, isto é, somente são encontradas no respectivo lago.

1.1 - Características Gerais
Ciclídeos do Lago Malawi pertencem a dois grupos distintos: Mbuna (peixes que habitam a parte rochosa do lago) e Non-Mbuna (todos os outros) - outros nomes associados a este último grupo são: Utakas e Haplochromis (Haps).
Mbunas são menores, mais ativos e agressivos que os non-mbunas, são usualmente herbívoros, alimentando-se basicamente de algas rochosas e pequenos crustáceos. Os pricipais gêneros são: Pseudotropheus, Melanochromis, Labidochomis, Labeotropheus, Cynotilapia, Gephyrochomis, entre outros.
Non-mbunas são menos agressivos (para os padrões dos ciclídeos africanos!) principalmente porque seus territórios não são tão pertos entre si e são menos definidos (por habitarem a parte mais aberta do lago); são maiores que os mbunas e são em sua maioria onívoros (alimentando-se de alevinos, pequenos invertebrados, plancton, etc). Os principais gêneros são: Aulonocara ("Peacocks"), Haplochromis ("Haps").
Os ciclídeos do Lago Tanganyika são menores (6-10 cm) e menos agressivos que os do Malawi. Desovam no substrato, e alimentam-se de plancton, microcrustáceos e alevinos (micro-predadores e onívoros). Os principais gêneros são: Tropheus, Lamprologus, Neolamprologus, Julidochromis.
No entanto, estas características são apenas generalizações, e certamente existem muitas excessões. Por exemplo, a Cyphotilapia do Lago Tanganyika atinge até 35 cm, e alguns shell-dwellers podem apresentar um comportamento agressivo comparável aos mbunas. E, ao mesmo modo dos ciclídeos do Malawi, existem Tangs predominantemente herbívoros, onívoros e predominantemente carnívoros.

1.2 - Dimorfismo/Dicromatismo
Em várias espécies, normalmente o macho é maior e possui coloração mais vistosa que a fêmea. Entretanto, enquanto alevinos, todos possuem a coloração da fêmea, não sendo possível distinguir o sexo pela cor. Somente quando juvenis, ou mesmo adultos em algumas espécies, é que a cor definitiva aparecerá. Em algumas situações, entretanto, um macho adulto poderá tomar a cor da fêmea. Por exemplo, quando um macho não dominante está sendo seguidamente molestado/atacado pelo dominante (não necessariamente da mesma espécie), o primeiro pode adquirir a coloração da fêmea da espécie, camuflando-se como proteção. O modo correto de distinguir o sexo é verificando os canais genitais, que nas fêmeas são maiores e mais arredondadas (para facilitar a desova). Alguns criadores distinguem os machos pelas nadadeiras mais pontiagudas. Este método, porém, além de subjetivo, não é visível em alevinos e juvenis.

2 - Tamanho Do Tanque
Considerando (a) o tamanho médio dos ciclídeos africanos (Tangs: 6-10 cm; Mbunas: 12-15 cm; non-Mbuna: 20-30 cm); (b) que quase todas as espécies são territorialistas/agressivas; (c) que estes procriam com frequência (quando bem adaptados ao ambiente) e (d) que a decoração do aquário ocupa muito espaço, o volume mínimo adequado para a criação significativa de ciclídeos africanos seria de aproximadamente 200 litros (100x50x40 cm). Entretanto, para observar o comportamento singular e a procriação destes peixes de maneira adequada e satisfatória, o aquário ideal deveria ter mais de 350 litros (150x50x50 cm). Em tanques menores poderiam co-habitar espécies menores ("mbunas dwarf rock-dwellers", Tangs "shell-dwellers" e Victorian Haps), mas mesmo assim em número reduzido. Em todos os casos a proporção ideal é de cerca de 15-20 litros/peixe. Deve-se dar preferência a aquários mais largos do que altos, em função da decoração: 10 cm a mais num aquário rochoso fazem uma diferença significativa. Ex.: um aqua de 200 L com medidas 100x50x40 (CxLxH) será mais bem melhor aproveitado do que um de 100x40x50.

3 - Parâmetros Da Água

3.1 - Temperatura
Temperatura entre 24-29°C. O ideal seria mantermos a temperatura entre 26-27°C pois: (a) temperaturas mais altas aceleram o metabolismo e consequentemente o apetite, aumentando a agressividade; (b) quanto mais alta a temperatura menor a taxa de oxigênio dissolvido na água. Em duas situações seria interessante aumentar a temperatura até o ponto (29-30°C): (a) para promover a desova/procriação e (b) aumentar o apetite e consequentemente o crescimento dos peixes (principalmente dos alevinos).

3.2 - Amônia/Nitratos/Nitritos
Todos os peixes em geral são sensíveis à amônia, mas esta é potencialmente mais tóxica para os ciclídeos. A amônia em um pH alcalino é muito mais tóxica do que num pH neutro (vide aquas marinhos). Daí a importância: (a) da ciclagem; (b) de uma boa filtragem biológica/mecânica/química; (c) das trocas parciais de água mais frequentes e (d) do controle populacional.

3.3 - O2 x CO2
Os ciclídeos africanos necessitam da água com alto grau de oxigênio dissolvido e baixo grau de CO2. A ausência de plantas dificulta a manutenção deste parâmetro. Se criarmos uma forte movimentação na superfície da água, aumentaremos as trocas gasosas (dissolução de O2 e evaporação de CO2), então, teremos uma concentração maior de O2 e menor de CO2 (vide aquas marinhos). Quanto maior a movimentação/corrente da superfície menor a quantidade de CO2 e consequentemente maior o pH (basta verificar isto em uma tabela conjugada pHxKHxCO2).

3.4 - pH
Ciclídeos africanos, ao contrário dos americanos, necessitam de água extremamente alcalina. As faixas típicas para os três lagos são:
Victoria: 7.2-8.6
Malawi: 7.4-8.6
Tanganyika: 7.8-9.0
Estes são valores aproximados, e claro, vão variar naturalmente em diferentes épocas do ano nestes lagos (em função da salinidade, da temperatura etc). É recomendado manter o aquário com pH estável entre 8.2-8.4, que seria uma faixa média, apropriada para os peixes dos três lagos. Como vimos no ítem anterior, a forte movimentação da água ajuda a aumentar o pH, porém outros fatores conjugados também interferem diretamente no pH. É o que veremos nos próximos dois itens.

3.5 - KH / NaHCO3
A dureza carbonatada (KH) refere-se ao grau de dissolução de carbonatos e bicarbonatos na água. Quanto maior o grau, mais dura é a água. O KH é o responsável pelo tamponamento, que é a capacidade de manter o pH estável. A água dos Rift Lakes contém muito carbonato dissolvido, deixando o KH entre 8-10 (moderadamente dura). Adicionando (nas trocas parciais) Bicarbonato de Sódio (NaHCO3) na proporção aproximada de uma colher-medida cheia para 150 litros de água nova, tamponaremos o pH em aproximadamente 8.1-8.5, dependendo do pH inicial e do movimento de superfície da água.

3.6 - GH / CaCO3
A dureza geral (GH) refere-se à concentração geral/total, principalmente de magnésio e cálcio dissolvidos na água. A relação entre GH e pH é muito pequena, mas é importante para algumas espécies de plantas e peixes. Nos Rift Lakes, a água contém alta concentração de magnésio, deixando o GH entre 10 e 12. Para elevar o GH (e consequentemente o KH), adicione carbonato de cálcio (CaCO3). Sulfato de magnésio pode ser usado para endurecer a água no lugar do cálcio, entretanto, utilizando substratos calcários (halimeda, aragonita, dolomita) o GH/KH ficará estável, sem a necessidade de adicionar estes produtos.

3.7 - Salinidade
A água dos Rift Lakes possui alto grau de sais dissolvidos, mas não do sal comum NaCl, portanto é um erro comum achar que a água dos ciclídeos africanos é salobra. Para suprir a água do tanque de potássio e elementos traços, utilize 1 colher de sal próprio para ciclídeos africanos (não iodado). Não é recomendável a adição de NaCl, salvo sob condições particulares (controle de bactérias, etc.)

4 - Filtragem
Ciclídeos africanos comem muito, produzindo muitos dejetos que acumulam-se rapidamente no aquário. Como não há plantas no tanque, toda a sujeira deve ser removida pela filtragem. Então, quanto mais forte for esta, melhor. Sugere-se um filtro externo com circulação de pelo menos 6 vezes por hora o volume do aquário, acrescido de bombas submersas acopladas a esponjas que (a) aumentam a filtragem biológica e (b) aumentam a corrente interna, mantendo os dejetos mais tempo em suspensão, sendo recolhidos pelo filtro externo. Quando houver "superpopulação" (descrito adiante), devemos ter também uma "superfiltragem" de pelo menos 8x volume/hora.

4.1 - Trocas Parcias
Devido (a) ao fato da amônia/nitratos serem muito mais tóxicos em água alcalina; (b) à ausência de plantas e (c) à superpopulação, a qualidade da água em tanques de ciclídeos africanos deteriora rapidamente. Trocas frequentes tornam-se imprescindíveis, fazendo om que os peixes permaneçam saudáveis e tenham suas cores realçadas. Pelo menos 20-30% semanais atendem a esta necessidade. A água de torneira, comumente utilizada nas trocas, contém cloro/cloraminas. É necessário adicionar um condicionador (tipo "AquaSafe") para eliminá-los junto com os demais metais pesados.

5 - Decoração

5.1 - Iluminação
Por não haver plantas, a iluminação não necessita ser forte. 0,5 W/L de iluminação fluorescente normal é o suficiente (incluindo, neste valor, uma lâmpada azul actínica, para realçar a coloração dos peixes).

5.2 - Substrato
O cascalho correto em um aquário de ciclídeos africanos é de vital importância para um bom desenvolvimento do aquário. É ele que tampona o pH num "reef doce". Logo abaixo são citados alguns tipos de cascalho indicado para ciclídeos africanos: African cichlid mix - cascalho importado dos EUA, de excelente qualidade, promove um aumento de biologia pela estrutura porosa, e mantém um pH alto recomendado. Na cor cinza/branco/grafite, é altamente recomendado. Preço aproximado: R$5,00/kg. Halimeda - cascalho normalmente usado em aquário de corais, possui todos os elementos bioquímicos recomendados para este aquário. Possui a vantagem de ser nacional e ter um custo mais reduzido. Consegue manter uma dureza alta e um pH excelente. Preço aproximado: R$2,30/kg. Caribean Sea Aragonita - cascalho importado dos EUA, normalmente usado nos grandes aquários de ciclídeos africanos, pela sua excelência bioquímica e pela sua bela cor branca que realça as cores dos peixes. É pesado com granulagem média-fina, mantém o pH alto e dureza correta. Preço aproximado: R$5,00/kg. Dolimita - cascalho mais comum, possui características alcalinizantes e preço baixo, mas não é recomendável. Desvantagem: perde com o tempo a sua força alcalinizante e altera pouco a dureza da água por não ser de material exclusivamente calcáreo. Preço aproximado: R$0,70/kg. Cascalho de conchas - muito comum no passado para aquários marinhos, é recomendável para ciclídeos mas não se dissolve bem com o tempo, perdendo o poder de tamponamento que os três primeiros possuem.

5.3 - Pedras
O aquário de ciclídeos africanos deve ser decorado com areia e rochas, em quantidade apropriada para simular o ambiente natural dos Rift Lakes habitado pela maioria das espécies escolhidas para o aquário. As tocas servem de abrigo e como "ninho" para reprodução. As tocas serão ocupadas e se tornarão territórios defendidos agressivamente (principalmente durante a desova). As rochas, cobertas de algas, servem de fonte de alimento para os herbívoros. A movimentação forte da água evita que depósitos de sujeira acumulem-se entre as rochas. A agressividade está ligada à quantidade de tocas, uma vez que quanto menos tocas, mais disputa por elas.

5.4 - Plantas
Normalmente não são usadas em aquários de ciclídeos africanos. A maioria deles são parcialmente ou totalmente herbívoros, tendendo a comer quase todas as espécies de plantas. Além disso, o pH muito alto, com baixa quantidade de CO2 dissolvido, não favorece o crescimento da maioria das plantas.

6 - Alimentação
Os mbunas são basicamente herbívoros, enquanto os non-mbunas são onívoros, assim como a maioria dos Victorian Haps e Tangs (uma importante excessão são os Tropheus que são herbívoros quase que exclusivamente, qualquer dose maior de proteína animal é suficiente para adoecê-los). Entretanto, todos os ciclídeos africanos tenderão a comer qualquer alimento oferecido. O problema é que uma dieta errada poderá causar uma doença fatal nos ciclídeos africanos chamada "Malawi Bloat" (mais a seguir). O ideal é alimentá-los 2-3 vezes/dia, o suficiente para o consumo em até 2 minutos, deixando-os em jejum 1 dia na semana. Uma alimentação 90% herbívora e 10% animal (artêmias) é a combinação ideal. A alimentação está ligada à agressividade, como veremos a seguir.

7 - Agressividade
Quase todas as espécies são territoriais e intolerantes com (pelo menos) sua própria espécie. Em algumas espécies mesmo as fêmeas mostram comportamento territorial (M. chipokee e M. auratus, Ps. lombardoi...). Às vezes a agressão do macho é diretamente contra algum peixe de coloração semelhante (especialmente entre Aulonocaras). Alguns Neolamprologus do complexo brichardi são mais tolerantes entre si e podem inclusive formar colônias hierárquicas baseadas no corporativismo, se o aquário tiver espaço suficiente para comportá-los.

7.1 - Hierarquia Social
Ciclídeos africanos, mesmo fora dos limites de um tanque, formam uma hierarquia social, que funciona tanto inter quanto intra espécies. Assim, um macho é o peixe hiperdominante do tanque, tendo o comportamento mais agressivo, perseguindo todos (principalmente os machos) que se aproximarem, não somente no período da desova. Entre as espécies haverá um macho dominante, que não tolerará nenhum outro macho de sua espécie no tanque. O dominante acabará matando o(s) outro(s). Mesmo em aquário maiores (400-500 L) algumas espécies mais agressivas (M. chipokee e M. auratus) não aceitaraão a presença de outro macho de sua espécie no tanque. O ideal é mantermos um "harem" de 2-3 fêmeas para cada macho. A hierarquia é melhor observada quando não há atividade de desova no tanque. Quando está desovando, tanto o macho quanto a fêmea tornam-se mais agressivos, podendo "quebrar" a hierarquia.

7.2 - Controle
A agressividade dos ciclídeos está ligada basicamente a dois fatores: sexo e comida. Para tentar controlar a agressividade, devemos (a) manter o número de machos bem menor que o de fêmeas, criando "haréns"; (b) montar as rochas formando muitas tocas (2-3/macho), para diminuir a disputa; (c) baixar a temperatura (25-26°C), para não aumentar o metabolismo; (d) alimentação 2-3 vezes ao dia (consumo até 2 minutos). Além dessas medidas, há uma teoria de "superpopulação" do tanque, que dispersaria a atenção dos machos dominantes, não fixando em uma só vítima. Caso o aquarista opte por superpopular o aquário, deve, então superfiltrar a água. A adição de alguns peixes rápidos de superfície (dânios, paulistinhas) também ajuda a dispersar a agressividade.

7.3 - (Re)Introdução de (Novos) Peixes
Ao introduzirmos os peixes no tanque recém montado, devemos evitar colocar os mais agressivos primeiro. O "ranking" de agressividade entre os Mbunas tem no "pódium" M. auratus, M.chipokee, Ps. lombardoi "Kennyi", seguidos pelos outros Pseudo- e Labidotropheus. Os Labidochromis e Aulonocaras são espécies menos agressivas (para os padrões dos ciclídeos africanos!). Ao reintroduzirmos um peixe no aqua, devemos atentar ao fato de que este voltará à base da "pirâmide social". Para evitarmos algum incidente, devemos reintroduzí-los durante a alimentação, podendo apagar as luzes, para que o novo habitante possa encontrar algum abrigo. Um novo habitante será perseguido/caçado durante as primeiras semanas e não revidará, checando a hierarquia social do grupo. Quando estiver adaptado, começará a desafiar os que se encontram na base da pirâmide.

8 - Reprodução
Sendo todos ovíparos, as fêmeas dos ciclídeos africanos desovam na água, sendo em seguida fecundados pelo macho no próprio substrato.

8.1 - Desova (Spawning)
Se a água, a comida e a filtragem estiverem dentros dos parâmetros ideais, os ciclídeos africanos desovarão com frequência. Os Mbunas começam a desovar a partir dos 7 meses de vida. Algumas espécies chegam a desovar mensalmente. O macho prepara a toca e corteja a fêmea. Neste período tendem a ficar mais agressivos.

8.2 - Incubação Bocal (Mouthbrood)
Em algumas espécies (Mbunas, por exemplo), as fêmeas carregarão os ovos fertilizados em sua boca e os incubarão. As larvas chocarão após 14-21 dias. Quando estes chocarem (10-30 larvas), ainda permanecerão durante 18-25 dias (dependendo da espécie e da temperatura). Quando os alevinos alcançarem cerca de 1 cm, estarão aptos a alimentar-se e a nadar livremente. Quando as fêmeas carregam ovos, recusam-se a comer (característica que pode ser confundida com a doença hidropsia); sua boca parece cheia, fazendo movimentos de mastigação frequentemente.

8.3 - Stripping Fry
É a técnica de retirar manualmente os alevinos da boca da mãe. Detalhes e fotos podem ser vistos neste tópico do nosso forum de discussões.

8.4 - Crescimento dos Alevinos
Para um crescimento saudável e eficaz, as trocas parciais deverão ser mais frequentes e a quantidade de proteína animal (artêmias) deve ser maior (70% vegetal, 30% artêmias). A temperatura deve ficar entre 28-29°C para aumentar o metabolismo e o apetite.

8.5 - Hibridismo
Espécies diferentes de um mesmo gênero (especialmente entre Aulonocaras e Pseudotropheus), poderão procriar (principalmente, quando não houver um número satisfatório de fêmeas de sua espécie disponíveis), produzindo crias híbridas que costumam ser estéreis, fracas, sem coloração intensa, e muitas vezes com deformações. O macho hiperdominante, principalmente, também tentará procriar com fêmeas de outras espécies no mesmo gênero.

9 - Doenças
Além das doenças "convencionais", a que todos os peixes estão sujeitos, os ciclídeos estão sujeitos a uma fatal, chamada "Malawi Bloat" (semelhante à hidropsia). Apesar do nome, ela pode atacar os peixes dos três lagos.

9.1 - Sintomas
O primeiro sintoma é a perda do apetite. Os ciclídeos africanos são sempre vorazes ao se alimentarem. Somente a fêmea, quando está carregando ovos, é que perde o apetite. Os sintomas secundários incluem inchaço anormal do abdome, respiração ofegante, fezes brancas, ficar parado no fundo do tanque ou ofegando na superfície. Marcas vermelhas em volta do ânus ou ulcerações na pele podem aparecer. Neste ponto já é tarde para recuperar o peixe, pois a extensão dos danos já atingiu o fígado, os rins e/ou a bexiga natatória. A morte normalmente acontece em 24-72 horas (em alguns casos em até 1 semana).

9.2 - Causas
As principais causas do Malawi Bloat são: (a) dieta errada, que irá irritar o sistema digestivo/excretor dos peixes (evitar tubifex, blood worms, larvas e artêmias em excesso, e mesmo flocos e pellets contendo este. Os Mbunas são basicamente herbívoros. Mesmo os non-Mbunas devem ter a alimentação animal restrita. (b) longa exposição à água de baixa qualidade: parâmetros incorretos, falta de trocas de água e superalimentação. (c) Excesso de sal (NaCl): na tentativa de simularmos o ambiente ideal, frequentemente, exageramos na quantidade de sal, sobrecarregando os orgãos internos dos animais.

9.3 - Tratamento
Só há tratamento no estágio inicial da doença. Quando percebermos que o peixe perdeu o apetite, devemos removê-lo e iniciar o tratamento imediatamente. Uma solução de Metronidazole (Emtryl), ou um Bactericida para aquas, em conjunto com uma aeração forte, temperatura entre 29-30°C, e trocas diárias de 30%, poderão salvar o peixe. O tratamento deve seguir até o peixe voltar a ter seu apetite normal.

Reprodução de Ciclídeos

Reprodução de Ciclídeos

Não há dúvida de que a grande maioria dos aquaristas iniciaram-se no hobby por ficarem fascinados com as cores e formas dos peixinhos ornamentais. A visão de um cardume de Neons, das cores do imponente Betta, das formas e do nado do Kinguio (previamente o "peixinho dourado") impressionam a qualquer um que nunca teve contato com o mundo aquático. Mas o aquarista com certa experiência aprende a amar não só a beleza dos peixes mas também o seu comportamento, sua índole, a maneira com a qual se comportam e se relacionam. Muitas vezes o aquarista dotado de certo conhecimento compra um peixe não só pelo seu padrão de beleza, mas também buscando um animal de interessantes hábitos e particularidades. Nesse momento, o aquarista inclui em sua vida um grupo de seres dos quais jamais se esquecerá: A Família dos Ciclídeos.


São seres surpreendentes, pela sua resistência e inteligência. Aprende-se a amar os ciclídeos rapidamente, e a maior das surpresas que o criador dos animais pode ter é presenciar o comportamento destes quando começam os cortejos e as danças de reprodução. Para aqueles que tentam reproduzir ciclídeos, na minha opinião o que se há de melhor no aquarismo, apresento minha técnica pessoal para fazê-lo.
Dentre as espécies de ciclídeos que eu já reproduzi estão:

lindíssimo Peixe-Jóia (Hemichromis bimaculatus), ciclídeo Africano Ocidental do qual tenho um casal que já desovou sete vezes, mas apenas uma delas com total sucesso, tendo nascido mais de 500 peixinhos;

O Jack Dempsey original (Cichlasoma octofasciatum, previamente Cichlasoma biocellatum) também conhecido como "Jack Dempsey Cobalto" - tenho um casal que desovou uma vez;

O Cichlasoma nigrofasciatum, que eu comprei pelo nome de Acará-Zebra, um casal que desovou uma vez;

O Geophagus brasiliensis, popular Acará Diadema ou Ciclídeo Pérola - um casal capturado na represa Billings aqui em SP, que desovou também uma vez (os dois já foram devolvidos à represa, assim como os pouco mais de quarenta sobreviventes da ninhada).

Uma vez um colega também aquarista me disse que para a reprodução de ciclídeos são necessários apenas a água, o macho e a fêmea. Depois de tantas reprodução sucessivas, eu tenho que concordar. Com relação ao tanque de reprodução: Eu uso para a reprodução um aquário de 130 litros (algumas das desovas ocorreram em um outro aquário, de 96 lts, já desativado). Tem fundo de areia muito bem lavada que eu extraí das margens de um rio em Mongaguá, no litoral sul de SP, com cinco pedras planas, compridas e largas colocadas horizontalmente em diversos pontos do tanque (aí serão postos os ovos). A iluminação é feita apenas pela luz do Sol que entra indiretamente pela janela que está próximo a ele - os ciclídeos se sentem mais à vontade em água com iluminação natural, ao menos os meus. O pH está estabilizado em 7.0 e a dureza eu nunca medi. O aquário não tem plantas e nenhum tipo de sistema de filtragem, mas eu troco 40% de sua água toda semana. A água que eu uso é amarronzada, pois vem de um tanque de concreto de 2000 litros que eu tenho no quintal de casa com alguns troncos maturando (poucos tem tal privilégio). Tenho certeza de que os peixes também adoram a cor mais escura da água, onde se sentem mais confortáveis. Aos que não dispõem de um tanque para preparar a água marrom, basta acrescentar um tronco comprado em lojas de aquários sem tratá-lo - apenas lavá-lo bem - no tanque. A temperatura fica em 28-30oC, pois o calor estimula o metabolismo dos animais, acelerando a desova e o crescimento dos filhotes. É um aquário que não me exigiu o menor custo (nem mesmo no vidro, que era de uma vidraça que foi desmontada e reaproveitada) e vem agradando muito os peixes, sendo muito fácil de manter. O aquário é também quadrado, tendo como medidas: 54,5x54,5x35cm.

Se for a primeira tentativa de reprodução do casal, eu ponho no aquário também um terceiro ciclídeo de outra espécie. O terceiro peixe não é realmente muito necessário e pode-se fazer sem ele, mas ajuda os pais iniciantes a desenvolverem um instinto protetor da ninhada que irão gerar, já que sentirão a cria ameaçada pelo invasor (isso vem dando bastante certo comigo). Esse procedimento diminui as possibilidades dos peixes devorarem os ovos, e só é necesário na primeira vez do casal. O casal vai atacá-lo, e deixo que ataquem um pouco, sem correr risco de perder nenhum dos peixes. O intruso pode ficar por dois ou três dias e depois será retirado (se estiver apanhando muito, tiro antes). Descobri acidentalmente isso na terceira desova dos meus peixes-jóia, que mataram o pobre Acará-Zebra que estava ali com eles (eu nunca pensei que fossem desovar).

Depois da desova, eu mantenho os pais com a cria até que eles comecem a rejeitar os filhotes. E isso varia muito - tem casais que passam a esquecer os filhos e até os atacam depois de um mês da desova, e outros dos quais a cria atinge o tamanho quase adulto sem ser molestada. Lembre-se de que os ciclídeos são pais muito competentes e protegem muito a cria - eu já tomei um monte de mordidas e bicadas enquanto limpava o aquário.

Alimento os peixes (inclusive os filhotes) com um patê bem simples e barato que meu pai desenvolveu, que tem a consistência farinhenta e é baseado na mistura de coração de boi, peixe congelado, fígado de boi, espinafre, cenoura, camarão congelado, alface, algas tipo espirulina (daquelas que se compra em loja de produtos macrobióticos) e o que mais der na telha (a gente mistura de tudo, e os peixes adoram e crescem muito). Bate-se tudo em um liquidificador, acrescenta-se um saquinho de gelatina em pó sem sabor e deixa-se no fogo em banho maria por cerca de trinta minutos. A mistura é espalhada em uma bandeja de aço-inox e vai ao freezer até endurecer. Para servir aos peixes, tira-se um pedaço e espera-se que ele descongele. Aí poderá ser servido. É um alimento extremamente rico.

Depois de um certo tempo os peixes maiores passarão a atacar os menores, e é hora de separá-los. Com cerca de 5 ou 6 centímetros os animais estão prontos para a venda. Eu vendi os Peixes-Jóia, os Nigrofasciatum e os Jack Dempsey em lojas pela cidade de São Paulo.

Eis o que eu tenho feito para ter desovas com sucesso, sem nenhum cuidado especial e livre de grandes preocupações. Isso prova que quando os ciclídeos estão interessados em fazer filhos não tem jeito e eles fazem mesmo. Prova? Os meus Peixes-Jóia comeram as duas primeiras desovas, pois não ligavam para elas. A terceira foi um sucesso. As próximas quatro - acredite ou não - só não deram certo porque eles desovaram em um ridículo aquário de quinze litros sem filtro, aeração ou vegetação que residiam enquanto o casal de Acarás Diadema cuidava do aquário de reprodução. Mas eles tentaram, então prova.